Relato de viagem visitando projetos socioambientais na América Latina, com foco em ecossistemas de montanha e percepção dos moradores sobre a crise do clima. O percurso inclui o planejamento, outras viagens, estradas de asfalto, de terra, trilhas, sonhos, pensamentos e caminhos do coração. / Relato de viaje visitando proyectos socioambientais en América Latina, con mirada en los ecosistemas de montaña y la percepción de la gente sobre la crisis del clima. Incluye el planeamiento, otros viajes…

domingo, 5 de abril de 2009

2. As portas da América Latina

Viajar sempre fez parte da minha vida. Quando criança, década de 60, o percurso Rio-Serrinha, em Resende, parecia uma eternidade. De fato demorava mais do que hoje. Os carros eram fuscas e não existiam os elevados para sair do Rio. Eram dezenas de sinais vermelhos... A família era viajante. Meu pai aproveitava reuniões de trabalho e levava todo mundo. Lembro de irmos a Assunção, Paraguai, em 1970. Quase morri intoxicado por repelente de mosquitos que ingeri roendo as unhas... Vimos Sete Quedas, ainda intactas, sem Itaipu. Em 1972 fomos à São Luiz do Maranhão, atravessando umas retas intermináveis no Piauí. Na volta, fevereiro, com 5 no carro, o calor era terrível... mas sobrevivemos. No mesmo ano, em julho, conhecemos as cidade históricas de Minas. Na volta, sofri a primeira perda em minha vida com a morte do meu avô, que nos deixou o lindo sítio onde moro. Poucos anos depois começaram as operações de ponte safena, que teriam salvo a vida dele. Desencontros... Na adolescência vieram outras viagens. Na formatura do Ensino Médio fomos à Bahia num ônibus só dos alunos... nem dá pra contar. Depois comecei a gostar de andar sozinho. Ia sozinho para o sítio e em 78 conheci Mauá, em plena expansão do movimento alternativo. Me impregnei da sua magia, muito diferente dos tempos no Repouso Maringá, que também frequentava ainda bem criança. Em 79 viajei para o mundo dos adultos, se é que dá pra dizer isso quando vamos morar sozinhos. Foi um ótimo ano numa casinha da Seropédica, que na verdade dividi com um amigo, muito amigo até hoje. Estudava Engenharia Florestal na Rural. No mesmo ano meu pai foi trabalhar na FAO, no Chile, e aí se abriram as portas desse universo que chamo de América Latina.

4 comentários:

  1. incrivel como a gente sempre descobre coisas novas sobre as pessoas. adorei!

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  2. Interessante vc falar de viagem ja que fizemos tantas juntos voltando da faculdade em Barra Mansa pra Resende. Mas me lebro com clareza que cada historia sua contada pra mim, era na verdade uma viagem que fazia como se fechasse meus olhos e mergulhasse nos seus contos. Bom, vc Felipe com certeza e filho da terra, e um incrivel encantador de pessoas....desejo de coracao que vc use este canal para levar a todos esta paz interior que vc possui e que so encontramos em uma silenciosa floresta tao dificil de encontra-la, assim como seres como vc....Sucesso sempre pra ti....bj karinhoso, Karoline

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  3. Oi Fil! Que bom ter notícias de você!
    Ne verdade, postar um cometário no blog não foi tão fácil assim. Tive que me registrar, e perdi o primeiro post que tinha escrito. Você já viu que estou escrevendo português? Ainda não é tão bom quanto seu espanhol, mas, vou melhorar.
    Mando um grande beijo pra você, desde Montevidéu.
    Que bom que você esteja sempre na trilha, na viagem, que bom...
    Sole

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  4. Ainda não me acostumei com o ritmo do blog, escrevi um comentário e ao invés de postar no seu blog mandei por e-mail...são tantas vias de comunicação que a gente se perde!Mas a principal está aí, é dividir as experiências com encanto, e isso você faz muito bem!
    Beijos

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